Originários da parte setentrional da Europa, onde viviam junto ao Mar Báltico, o sol para os Pomeranos não era algo que os incomodasse, ao contrário, o buscavam durante o curto verão daquelas paragens. E, mesmo no verão não havia garantia de se ver o sol, pois havia muitos períodos nublados ou chuvosos.
O sol tinha inclusive um caráter medicinal ajudando na fixação do cálcio nos ossos das crianças, pois os longos, ventosos, escuros e frios invernos eram causadores de anemia entre a infância da Pomerânia.
Entretanto, quando este povo imigrou para o hemisfério sul, e estabeleceu-se no Brasil, o sol se tornou abrasivo às suas tezes claras e de baixa melanina.
Como precisavam trabalhar ao ar livre. Fazer casas, plantar roças, cuidar dos animais e tudo o mais que se fazia necessário no trabalho da pequena propriedade rural de origem Pomerana, eles tiveram necessidade de usarem largos chapéus de palhas para se defenderem dos fortes raios solares, mesmo aqui na parte mais meridional do Brasil.
Para tanto, as habilidosas mulheres Pomeranas passaram a usar tiras de palhas e trançando-as criaram os chapéus de palha coloniais, de copa alta e abas largas, que eram eficientes na proteção da pele e dos olhos, e assim garantia aos que trabalhavam nas lavouras uma proteção, que de outra forma, não seria possível desenvolverem o amanho da terra com a desenvoltura que os Pomeranos conseguiram na Serra dos Tapes.
Não demorou muito para que o chapéu de palha fosse uma espécie de marca identificadora do imigrante Pomerano, e com o decorrer dos anos os chapéus produzidos na colônia alemã-pomerana de São Lourenço do Sul aperfeiçoaram-se e passaram a ser vendidos também para os nativos da região, que os usavam nos dias de sol mais forte.
(*) Texto de Jairo Scholl Costa, advogado e escritor com colaboração de Rodrigo Seefeldt, acadêmico do Curso de Bacharelado em Desenvolvimento Rural (UFRGS).