Informações: Satoleppress
Obra de restauro da Catedral São Francisco de Paula tem atividades de Educação Patrimonial
Observar, compreender e recriar são verbos conjugados nas atividades de Educação Patrimonial do restauro da nave central da Catedral São Francisco de Paula. Participam alunos do Colégio Gonzaga e Instituto São Benedito. As descobertas acontecem em paralelo às obras. São visitas guiadas, palestras e oficinas de pintura em telhas. O material escolhido se conecta diretamente com a obra em curso na igreja: o telhado. Participam das atividades 120 alunos do 5º ano do Colégio Gonzaga e 30 meninas de 4º e 5º ano do Instituto São Benedito – todos lindeiros ao templo. Para a antropóloga Liza Bilhalva, não poderia ter melhor forma de expressão do que propiciando experiências de contato direto com o bem cultural. “Eles já tiveram vários momentos de descoberta deste patrimônio e colocam suas impressões através da pintura, no material que é exatamente o objeto do restauro”, destaca. Ela coordena a educação patrimonial (EP) do projeto, ao lado da arqueóloga Marta Bonow. Juntas conduziram os alunos primeiramente a um momento de exploração da igreja. “Nesta etapa inicial organizamos visitações e palestras com foco no desenvolvimento do espírito crítico, para que eles pudessem interpretar o significado do que viam”, complementa Marta.
Telhas que viram arte
Na segunda etapa, a artista Ana Júlia Fortuna orientou os alunos na tão esperada oficina de pintura em telhas. As imagens nasceram a partir do que mais encantou os alunos nas incursões. Alguns escolheram figuras religiosas, outros pinturas murais de Emílio Sessa e Aldo Locatelli, ou detalhes da arquitetura das torres da Catedral. São diferentes percepções reveladas a partir dos moldes feitos em folhas de raio-x, baseado na técnica de estêncil e que a oficineira usa para embasar cada um dos desenhos. Com tintas e pincéis em mãos é hora de usar a criatividade. “É a forma deles ressignificarem todo o processo de maneira divertida e colorida, para que permaneça na lembrança, desde a primeira visita que fizeram à Catedral”, ressalta Ana Júlia. A obra de restauro se estende até maio de 2023 e prevê a troca do madeiramento do telhado e recuperação dos forros de estuque que protegem as pinturas murais. A iniciativa é financiada via Pró-cultura – Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC), com o patrocínio da Josapar, apoio de Biscoitos Zezé e Arrozeira Pelotas e produzido pela Perene Patrimônio Cultural.
Texto da Revista Ecosul – jan_fev/2023/Pág_16-17
Fotos: QZ7Filmes