A literatura e a escrita possibilitam sensações surpreendentes aos que se aventuram em criar estórias e personagens. Comigo não foi diferente, através de um desafio proposto pela presidente do CEL – Centro de Escritores Lourencianos, em organizar um livro coletivo com a participação de 12 autores, que juntos criaram personagens que dialogavam, mas sem saber a identidade de cada escritor.
Nesse contexto, surgiu o romance denominado de “Doze Cores de um Prisma” lançado em outubro de 2023. Ao aceitar o desafio, busquei trazer para obra um personagem diferenciado de todas as minhas criações passadas. Não posso afirmar com certeza, mas a Aspácia pode ter surgido com sua personalidade forte em meus sonhos profundos ou até mesmo na união da individualidade de mulheres que admiro. Talvez seja em ambas ocasiões.
De fato, em fevereiro de um tempo não cronológico (tempo do escritor) surgiu a Aspácia. Uma senhora aposentada, mas com uma vitalidade incrível e que pedia passagem para viver novas aventuras. Em suas características destaca-se a organização de uma boa refeição, bem-humorada e que conversava com as suas plantas.
Aspácia tinha sua vida baseada em cozinhar, era uma renomada chefe de cozinha e naquele momento de sua vida estava enfrentado uma solidão da aposentadoria junto com a frustração da distância dos filhos e netos. Ainda bem que seu criador foi gentil e lhe deu amigos, aliás muitas amizades.
Nesse desenrolar da obra, Aspácia busca nas memórias, seus familiares distantes que habitavam em um local incomum. Depois de várias tentativas de contato e sem retorno, se aventura sozinha com uma Kombi pelas curvas da vida. E como no mundo real os náufragos existem e com Aspácia não seria diferente, uma viagem frustrada e abortada.
Aspácia no decorrer de sua história conheceu novas pessoas, aliás pessoas incríveis. Personagens escritos com alma, que refletem as cores de luz do livro e que foram fundamentais para abrir um novo caminho na estória de Aspácia.
A personagem de Aspácia não desistiu de seguir seus sonhos, achou uma nova rota e seguia com a mesma determinação de uma pessoa que criou os filhos sozinha e que na aposentadoria se sentia distante de todos.
Aspácia tem muitas estórias para lhe contar. Talvez possa no futuro dar aula de cozinha, fazer stand up comedy com suas piadas ou até mesmo viver um amor de novela (acho difícil eu deixar).
Ao aceitar essa peleja de criar um personagem que dialogava com outros sem saber quem os criava, busquei viajar nas mais variadas estórias e histórias de inúmeras pessoas. Aspácia com sua alma própria marcou minha vida de devaneios literários e me fez viver essa personagem por diversos meses ou até anos no meu tempo literários.
Agora que você já conhece um pouco da Aspácia te aconselhamos a ler o livro “Doze Cores de um Prisma” do CEL – Centro de Escritores Lourencianos que nele está registrado a vida de personagens tão diferentes e o mesmo tempo tão similares.
*Condutor local de turismo, bacharel em Desenvolvimento Rural e escritor integrante do CEL – Centro de Escritores Lourencianos.