La Niña pode mudar ligeiramente regime de chuvas no Estado nos próximos três meses

Informações: Assessoria de Comunicação Social
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – RS

O fenômeno La Niña pode influenciar o clima no Rio Grande do Sul nos próximos meses, alterando ligeiramente o regime de chuvas em algumas regiões do Estado. É o que aponta o Boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) para os meses de agosto, setembro e outubro de 2022. As previsões apresentadas para o trimestre são baseadas no modelo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O prognóstico climático para o mês de agosto indica chuvas dentro da média, ou ligeiramente abaixo, do Centro para o Sul do Estado. No Nordeste e Litoral Norte, os valores ficam acima da média. Para setembro, a tendência é de que as chuvas fiquem acima da média, especialmente no Norte do Estado. Em contrapartida, para o mês de outubro, os prognósticos indicam chuvas abaixo da média em todas as regiões.

Em agosto e outubro, as temperaturas do ar estarão próximas da média, sendo que em setembro os desvios de temperatura devem ficar abaixo da média. Há risco de ocorrência de geadas em agosto e também de geadas tardias entre setembro e outubro, em função da presença do fenômeno La Niña.

O boletim do Conselho é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 14 entidades públicas estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.

Culturas de inverno

  • Promover práticas de manejo visando a adubação de cobertura, controle de pragas, doenças e plantas daninhas;
  • Realizar a adubação com nitrogênio em cobertura somente quando houver boas condições de umidade no solo e consultar a previsão de tempo para evitar a aplicação antes de precipitações intensas, de modo a reduzir perdas por lixiviação;
  • Atenção especial à ocorrência de doenças fúngicas de espigas nos cereais de inverno especialmente no mês de setembro em função do prognóstico de chuvas acima da média.

Arroz

  • Os produtores devem ficar atentos para questão da captação e armazenamento de água para próxima safra considerando a continuidade do fenômeno La Ninã;
  • Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura na próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola;
  • Para semeaduras “do cedo”, entre o mês de setembro até meados de outubro, quando a temperatura do solo for baixa, atentar para que a profundidade da semeadura não seja superior a dois centímetros, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura;
  • Atentar para manutenção da drenagem após a emergência das plantas, para evitar prejuízos no estabelecimento inicial em função do prognóstico de chuvas acima da média no mês de setembro.

Culturas de primavera-verão

  • Fazer o manejo de culturas de inverno destinadas à proteção do solo;
  • Iniciar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver entre 16° e 18°C, respeitando o zoneamento agrícola;
  • Escalonar a época de semeadura e utilizar cultivares de diferentes ciclos;
  • Para a cultura do milho, caso sejam planejadas duas safras, deve-se antecipar o máximo possível a semeadura, respeitando-se o zoneamento agrícola.

Hortaliças

  • O prognóstico de precipitações acima da média no mês de setembro requer atenção à necessidade de monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar ou no solo. Para as previsões nos meses de agosto e especialmente outubro, que apontam para chuvas um pouco abaixo da média, recomenda-se manejo de irrigação a fim de evitar déficits hídricos nos cultivos;
  • Considerando o prognóstico de temperaturas abaixo da média no mês de setembro, atentar para a manutenção das condições térmicas em ambientes protegidos nos períodos mais frios.

Fruticultura

  • Preservar a cobertura verde nos pomares seja por meio de espécies cultivadas ou espontâneas, para conservação das propriedades do solo e armazenamento de água;
  • Em cultivos protegidos, para melhorar a disponibilidade de radiação solar, realizar a limpeza do plástico da cobertura;
  • Em função do baixo acúmulo de frio no mês de julho, ajustar a aplicação de produtos químicos para a quebra de dormência das espécies e cultivares mais exigentes em frio;
  • Considerando a situação de brotação e floração antecipadas, e o risco de ocorrência de geadas tardias, especialmente no mês de setembro, recomenda-se revisão e adequação dos sistemas de combate para pronto uso quando houver previsão de formação de geadas;
  • Em função do prognostico de chuvas acima da média e temperaturas abaixo da média no mês de setembro intensificar ações que promovam adequada polinização em pomaceas e kiwizeiros;
  • Com a antecipação da brotação e os prognósticos de chuvas acima da média em agosto na metade norte e em setembro em todo Estado, recomenda-se atenção especial ao controle fitossanitário;
  • Na implantação de pomares dar preferência a encostas com exposição norte e sem barreiras abaixo do pomar, para facilitar o escoamento do ar frio e minimizar os riscos de dano por geadas.

Silvicultura

  • Para povoamentos florestais, recomenda-se para áreas de ocorrência de geada o plantio de espécies de eucalipto (Eucalyptus viminalisEucalyptus dunnii e Eucalyptus benthamii);
  • Para viveiros, recomenda-se a utilização de coberturas plásticas que proporcionem condições microclimáticas adequadas para as mudas florestais em épocas frias, bem como a aplicação de água por aspersão nas mudas durante a noite, como método de combate à geada, quando houver previsão de formação de geadas.

Pastagens

  • Tendo em vista o baixo crescimento das pastagens no período de outono-inverno, recomenda-se manter número reduzido de animais na área;
  • A presença de áreas protegidas para os animais reduz a velocidade do vento e consequentemente as perdas de energia dos animais provocadas pelo frio;
  • Os campos grossos, como chirca ou capim-capinha, que já cumpriram a função de abrigo das espécies nativas no período do frio, podem ser roçadas para facilitar o rebrote do campo nativo;
  • O diferimento de pastagens realizado em setembro auxilia na ressemeadura das espécies de inverno e fornece pasto para as vacas que irão parir;
  • Fornecer suplemento aos animais (ex. feno, silagem, ração) mantidos em pastagem natural com baixa disponibilidade de forragem;
  • Realizar o manejo indicado para as forrageiras de inverno, anuais ou perenes;
  • Realizar adubação nitrogenada em cobertura nas gramíneas cultivadas de inverno.

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